Existe uma classificação sobre os tipos de farinhas de trigo, a qual serve para auxiliar os cozinheiros a entenderem o ingrediente e escolher a melhor farinha para a sua receita. Essa diferenciação começa logo no plantio.
O trigo duro traz consigo uma maior carga de proteína e, por isso, possui uma dosagem maior de glúten.
Já o trigo mole possui uma quantidade baixa de proteína, o que resulta em uma baixa quantidade de glúten e, sendo assim, é comum que ocorra a mistura dos dois tipos para que a farinha tenha uma maior qualidade.
Contudo, saiba que o plantio não é padronizado, ou seja, existem muitos tipos diferentes de trigo e a mistura dos grãos acaba acontecendo automaticamente.
No entanto, a diferenciação dos tipos se estende e a classificação se torna possível a partir do refinamento dos grãos, quando a casca é separada do trigo e, na sequência, o grão é moído.
Outra maneira de diferenciar e classificar o trigo é a partir da remoção das camadas do grão. Isto porque cada camada possui uma consistência e uma quantidade de glúten, proteína, amido e vitaminas diferentes.
O grão é constituído por três camadas:
- a de fora, conhecida como farelo. Ele contém antioxidantes, vitaminas B e fibras;
- a de dentro, chamada de endosperma, que é a maior parte do grão. Composto por uma grande quantidade de amido, carboidratos, proteínas e pequenas quantidades de vitaminas e minerais; e
- o meio, denominado gérmen, que é o embrião do trigo e é composto por muitas vitaminas do complexo B. Além disso, é rico em gorduras saudáveis e proteínas.
Observe a imagem abaixo para entender melhor!
Para que você compreenda como a separação do grão interfere na farinha produzida, saiba que a farinha de trigo refinada é composta apenas pelo endosperma.
Isto é, para produzir a farinha refinada, é preciso separar o grão, em um processo de limpeza, trituração e peneiração. Desta forma, separa-se totalmente o endosperma do restante do trigo.
Nestes casos, geralmente as marcas de farinha de trigo acabam adicionando à mistura algumas vitaminas e minerais, para aumentar a qualidade do produto. Esse acréscimo de ingredientes é informado na embalagem do produto.
Após a separação, o restante do grão vira farelo, ou seja, é produzida a farinha refinada e o farelo de trigo.
Por outro lado, para produzir a farinha de trigo integral, é necessário que o grão passe pelo processo de trituração, mas não sofra peneiração, já que para formar a farinha de trigo integral é necessária a integridade do grão, ou seja, a mistura entre o farelo e o gérmen, com poucos pedaços de endosperma.
E isso faz com que este tipo de farinha de trigo contenha pouco ou nenhum glúten, possibilitando com que pessoas alérgicas consumam alguns produtos à base de farinha de trigo sem maiores reações.
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4 tipos de farinha de trigo e quando usar
Agora que você conhece um pouco do processo de separação do grão que modifica o trigo e o transforma em vários tipos de farinha, confira detalhadamente cada modificação e como utilizá-las na sua receita.
1. Farinha de trigo tipo 00
Esta farinha é conhecida popularmente por farinha refinada, produzida a partir da parte mais fraca do grão e, por isso, contém uma parcela maior de amido e glúten e também possui poucas vitaminas e minerais.
Contudo, a produção dessa farinha é totalmente internacional e por isso encontrá-la nos mercados não é uma tarefa fácil. A produção desse tipo de trigo está concentrada na Argentina, Itália e Canadá.
Quando usar
Por ser extremamente refinada, o tipo 00 deve ser usado em receitas que necessitam de uma fermentação mais longa.
Desta forma, é possível completar seu processo, conferindo mais sabor ao prato. Indicada para receitas de bolos finos e massas que levem bastante açúcar na composição.
2. Farinha de trigo tipo 0
Assim como a 00, possui um alto índice de glúten, porém, a farinha tipo 0 conta com adição de ácido ascórbico (ferro) em sua composição, acréscimo que ajuda a dar volume nas massas produzidas com o insumo.
Quando usar
Por criar volumes e aumentar a textura das massas, o tipo 0 é ideal para receitas de pães, macarrão e pizza.
3. Farinha de trigo tipo 1
O tipo mais versátil das farinhas de trigo, a tipo 1, é encontrada facilmente no mercado e é composta por uma mistura de grãos. Isto é, tanto estruturas mais fortes, quanto as mais fracas do mesmo grão são misturadas no processo de construção dessa farinha.
É comum encontrar variações dessa farinha, em que algumas possuem fermento químico acrescentado à sua composição e outras contam com a adição de bicarbonato.
Contudo, as informações acrescentadas à farinha devem estar esclarecidas na embalagem do produto.
Quando usar
Por ser uma farinha extremamente versátil, é possível utilizá-la para replicar qualquer receita, desde pães e bolos, como massas e pizzas.
Porém, é preciso conhecer a farinha e saber mostrá-la de maneira homogênea a massa.
4. Farinha de trigo tipo 2
No tipo 2, a farinha ganha um tom mais amarelado, por ser produzida com a parte mais externa do grão de trigo e, exatamente por isso, é o tipo de farinha com maior carga nutricional.
Quando usar
Use a farinha do tipo 2 em receitas de biscoitos, cookies ou para pães mais leves, como o pão de ló, por exemplo.
Como escolher a melhor farinha de trigo
Para escolher a melhor farinha de trigo para as suas receitas, fique atento ao rótulo do produto, no qual você encontra informações sobre a grossura da moagem.
Quanto mais grossa for a moagem, mais integral é o grão, ou seja, maiores são os pedaços de grãos na farinha, o que pode deixar a sua massa mais pesada e grossa.
Dito isso, opte sempre por uma grossura de moagem média ou fina, isto é, procure no rótulo, indicações como (T55) ou (T65).
Esses números mostram que o produto escolhido tem a moagem mais fina, o que o torna ideal para a preparação de pães, bolos e massas mais leves.
Em contrapartida, se você procura por uma farinha de trigo mais grossa, que traga uma textura mais pesada para a sua receita, procure pelo número (T150).
Além disso, essa moagem também confere uma carga nutricional muito maior às receitas.
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